quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Contos Marafados

A natureza e o homem
Os dias continuam escuros, como se o sol sofresse de alguma maleita, que o impedisse de criar o calor suficiente para ter a força necessária, de forma a ultrapassar a barreira de nuvens negras e enormes com formas ameaçadoras de quem vai querer devastar tudo por onde passar, fazendo-se ouvir de uma maneira intimidatória com o ribombar dos trovões que estremecem todos os vidro à sua volta, e os não menos tremendos relâmpagos que fazem da noite dia acompanhados de raios que electrificam todo o céu como se o tivessem a chicoteá-lo castigado-o com a sua raiva. A chuva não faz tréguas e continua na sua desenfreada luta para dilacerar a terra levando tudo à sua frente não deixando que alguém lhe possa fazer frente, numa atitude de força imparável, que só irá dar algum descanso depois da sua passagem. E o vento sentindo que a sua natureza ficaria diminuída com tão grande devastação dos seus pares, sopra como se os céus tivessem rebentado e vai derrubando tudo o que ainda se ia mantendo em pé.
As águas correr por todo o lado, alagando campos, tapando estradas, inundando ruas e casas, entrando por portas e saindo por janelas levando consigo todo o recheio dos seus interiores, fazendo com que os seus ocupantes tenham que subir para os telhados ou tentem agarrar algo que os impeçam de serem levados na fúria das torrentes de água, lama, pedras e paus, que por onde vão passando deixam as suas marcas de destruição.
As árvores são arrancadas dos solos onde criaram grossas raízes que agora parecem não ter nenhuma força para as suster de pé, e são arrastadas como se de folhas de papel se tratassem.
Os postos de electricidade são derrubados provocando alguns pequenos focos de incêndios e criando uma escuridão tremenda que vem agravar todos os esforços daqueles que ainda têm alguma força para tentar salvar os seus bens e famílias.
As ruas ficam cheias de água, lamas, amontoados de carros, sofás e electrodomésticos, tapando portas e janelas impedindo salvamentos e houvesse por todo o lado pedidos desesperados de ajuda, que na maior parte dos casos não são possíveis de terem sucesso.
E os homens ficam incapazes de lutar perante uma tão grande desigualdade, que é posta em toda a sua evidência na mais brutal demonstração de força da natureza.

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